domingo, 19 de outubro de 2014

Vaselina da Vasenol: a última coca-cola do deserto?

O anúncio desta vaselina irrita-me. Vaselina é uma coisa que existe há anos e que tem de facto muitas utilizações, não sei se 30, se mais, se menos.

Temo pelas muitas outras vaselinas por esse mundo fora que vão agora ser preteridas face a esta vaselina, mais abastada, que tem direito a anúncio da TV. As outras também o mereciam, porque são usadas há muitos anos e nunca lhes foi dado o devido apreço.

Se são trinta as utilizações ou não, não sei. Sei é que lá o anúncio me irrita porque parece ter sido feito por alguém com a mente mais pura do mundo (provavelmente o mesmo autor do anúncio da Yoggi). A sério??! Não sou nenhuma depravada, sou uma pessoa normal, c'mon!

Isto não é a mais recente invenção do mundo, isto não é a única ou necessariamente a melhor solução para todos os problemas. Esta é a opção mais barata, isso sim! Precisam de um primer? Comprem um, a sério, não usem isto. E para a hidratação dos lábios, os bálsamos labiais funcionam bem melhor. Atentem ao marketing!

(retirado do facebook da marca, sem qualquer intenção de publicidade através do blogue - pensem nas vaselinas "pobezinhas" que sempre existiram!)

De novo a tese!

Nos últimos meses, como devem ter reparado, escrever a minha tese de mestrado ocupou uma grande parte da minha vida. Apesar de já a ter terminado e defendido, acredito que todo o sofrimento que passei para a escrever pode traduzir-se em experiência e conselhos que posso fornecer a quem esteja a passar pelo mesmo. Aqui fica então uma lista numerada com as minhas "Dicas para a sobrevivência à elaboração de uma tese de mestrado".


Dicas para a sobrevivência à elaboração de uma tese de mestrado

#1. Escolhe um tema que te agrade
Quando escolhi o meu tema, fi-lo a partir de uma lista com todos os temas e respectivos orientadores disponibilizados pelo núcleo de estágios da minha faculdade porque nunca estive dentro de qualquer projecto extracurricular. O tema escolhido foi, portanto, um dos temas minimamente interessantes ainda disponíveis aquando da minha vez (e que, por acaso, acabei por trocar duas semanas depois em conversação com a minha orientadora). É importante gostar do tema uma vez que a relação que vão manter com ele vai ser de amor-ódio durante o tempo do seu desenvolvimento, acreditem: não há temas interessantes quando a informação se revelar inexistente, contraditória, duvidosa, confusa e começarem a perder a motivação.

#2. Os teus pais provavelmente não te vão compreender.... assim como a maioria dos teus amigos e toda a gente no geral
No meu caso, isto foi o que aconteceu. Sendo a primeira da família a tirar um curso superior, senti-me um pouco desamparada e incompreendida no que diz respeito, não só à elaboração da tese, como ao curso em si. Não interessa o quanto lhes expliques as inseguranças que sentes em relação ao que estás a fazer, o quão difícil te é passar das 3000 palavras ou todos os requisitos para a elaboração e apresentação da mesma, porque para eles, assim como para toda a gente, é só mais um trabalho (e no fundo, é).

#3. Quando estiveres a stressar, pára, respira fundo, e continua
Entrar em pânico é normal. Não é fácil, eu sei, mas há truques. Eu não segui conselhos online de ninguém e limitei-me a improvisar. Basicamente, quando o stress é elevado, veste as calças de fato de treino, pega nos ténis e vai correr. Correr ajuda muito. Foi o que eu fiz mais nos últimos meses. Corria até estar cheia de dores, até sentir o sabor a sangue na boca, até estar demasiado cansada para conseguir pensar na tese. E depois de correr, toma um duche e dedica-te à tese, e as coisas vão fluir melhor.
Quando correr não for a resposta para o que precisas, e até as paredes já te irritarem, simples: pega no computador e no que precisares no imediato e vai para uma esplanada. Eu fiz isso algumas vezes. Sim, pode ser algo estranho chegares a uma esplanada de um bar de praia com um bronzeado de quem nem foi sequer à praia, com uma mala e um computador quando toda a gente por lá acabou de sair da água e ainda trazem areia nos pés e olham para ti como se fosses doutro planeta, mas resulta. Mudar de ambiente resulta e compensa!
Se nada disto resultar?? Falem com amigos, saiam de casa! Não perdem nada por estarem longe da tese durante umas quantas horas (horas essas em que não iam conseguir escrever nada, porque estavam a fritar!), e quando voltarem, terão de certeza uma perspectiva renovada da questão.
Lembrem-se que nós temos tendência a exagerar e a dramatizar, e que as pessoas à nossa volta não têm necessariamente que partilhar da mesma perspectiva: tentem ser pacientes (eu devia ter sido, mas não consegui... chateava-me com toda a gente a toda a hora - virei MasterZilla!)

#4. O orientador vai ser o factor-surpresa de todo o processo
Mesmo que conheçam o professor em questão, nunca se sabe bem como vai ser o envolvimento do mesmo na elaboração da tese. Não se quer nem um orientador que monopolize o nosso trabalho, nem um que nos dê total liberdade (este último, o meu caso). Na minha opinião, o orientador ideal deve estar disponível para nos dar alguns conselhos, elucidar-nos quanto à direcção a seguir, corrigir-nos a tese durante o desenvolvimento, etc etc. Mas nem sempre essa visão se concretiza, no meu caso em particular, por falta de disponibilidade da minha orientadora. Acabei a fazer tudo sozinha e às pressas, porque o estágio deixava-me pouco tempo livre. Seguiu com alguns erros, sim, e com algumas incorrecções científicas que me foram prontamente apontadas pela minha orientadora durante a defesa, e de uma forma que, a meu ver, podia ter sido mais simpática.

#5. Tenham uma Get Psyched Mix para se sentirem motivados
Seguindo o exemplo do grande Barney Stinson (HIMYM), eu tive obrigatoriamente de arranjar uma lista de músicas para me sentir permanentemente motivada e interessada. A importância foi vital ao ponto de, a segundos de começar a apresentação, ter entoado na minha cabeça a Can't Hold Us dos Macklemore & Ryan Lewis (tanana tanana tanana tanana eh eh eh eeeeeeh eh eh eh ooooooooooooh) para ganhar coragem para enfrentar aquele momento.

#6. Bebam água, alimentem-se e durmam!!
Com o stress e a pressão para escrever o maior número de palavras sobre determinado assunto, podemos esquecer-nos de algumas coisas importantes. Beber água regularmente evita a desidratação e consequentes dores de cabeça, com efeitos a nível da nossa resistência cerebral. Uma alimentação equilibrada ajuda a nível da função cerebral e na redução do cansaço e é por aí que devemos começar antes de passarmos aos suplementos alimentares. Dormir é muito importante. Se forem como eu e funcionarem melhor de noite, tratem de compensar no dia seguinte porque o café e outros estimulantes não vão fazer de nada se não dormirem bem (e ainda desidratam!!).

#7. Nada de comparações!
Cada um tem o seu ritmo de trabalho, condicionado pela sua rotina diária. Apesar de tentador, não devem comparar a evolução do vosso trabalho com a dos vossos amigos e colegas. Os temas são diferentes, assim como a técnica de recolha de informação e os níveis de exigência. Comparações levam a sentimentos de frustração, e a frustração é inimiga do sucesso.

#8. A apresentação em PowerPoint não deve ser uma cópia da tese!
Tese terminada, há-que fazer a apresentação. Mas... o que colocar lá?
No que diz respeito ao meu tema, eu tive alguma dificuldade na elaboração da apresentação. Queria expor o meu tema sem adormecer a audiência ou ultrapassar o tempo de discussão. A solução então passou pelo foco numa determinada parte do meu texto que considerei mais relevante para a discussão, com breves menções dos tópicos restantes. Esta não é, no entanto, uma solução universal e cada um deve estabelecer a forma mais adequada para apresentação da respectiva tese.

#9. Salvem várias cópias do vosso trabalho!
Mandem para o e-mail, coloquem na Dropbox ou em qualquer outra Cloud. Protejam-se de possíveis acidentes e de perdas de texto absolutamente desnecessários.


Muita força e muita coragem! Compensa!!


Por enquanto é isto... Numa próxima irei falar mais concretamente sobre a parte da defesa.
Até!!**

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Anúncios preferidos??

Resposta simples... Os da Calzedonia.

Talvez seja da música e da forma como esta me consegue deixar sempre bem disposta, da feminilidade inocente ou de outra coisa qualquer. O que eu sei é que são os meus anúncios preferidos.

E a Julia Roberts foi uma óptima escolha. Adoro-a e adoro a forma como ela, em 2 minutos, me deixa com mais vontade de pegar nas malas e ir para Paris do que qualquer outra coisa...!


(Portanto sim, Calzedonia e Julia, eu compro todos os collants, cachecóis, e afins que for preciso... Convenceram-me! Este natal vai tudo corrido a roupa interior e acessórios da marca. E sim, rpometo que depois carregarei aqui o vídeo que, por alguma razão, não conseguia encontrar o caminho até ao blogue.)

1st World Problems

Eu preciso de dinheiro, por isso aceitei um estágio profissional (que, enfim....! Foi o que se arranjou); para isso preciso do certificado; o certificado demora tempo a ser passado; sem certificado não há emprego; sem carro próprio não há emprego; sem dinheiro não há carro próprio. Preciso de dinheiro.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Trabalhar e tal que é bom, mas e vida social?

Agora que já escrevi o post sobre a minha vivência profissional dos últimos 8 meses, vamos ao que interessa: a parte social da cena!

Pois bem, o início do meu estágio ficou caracterizado por uma fase muito interessante na minha vida.

Mais longe de Lisboa e mais perto de casa, e apesar da tese e das responsabilidades do estágio, fiquei com um bocadinho mais de tempo livre. Com uma mudança tão extrema, sentia-me presa e, para sobreviver, senti necessidade de sair mais e de ter uma vida social mais presente e mais distanciada da minha vida profissional. Bastou uma semana para ligar em lágrimas a umas amigas e a dizer que Precisava mesmo mesmo de sair de casa!! e que Estava a enlouquecer! muito porque sentia a falta de um grupo de apoio próximo, de pessoas à minha volta na mesma situação que eu.
E assim foi que se formou uma rotina, em que todas as sextas-feiras seguíamos para um café e esquecíamos os dramas dos cursos, estágios e locais de trabalho.

Juntamente com todo este novo panorama, fiquei com a impressão de que era a última coca-cola do deserto com não um, não dois, mas TRÊS convites para sair, propostos no mesmo dia. Acabei por não sair com nenhum, devido a questões que acabaram por se desenvolver nos tempos seguintes, opção de que não me arrependo. Restaram os senhores de idade mais avançada que, ocasionalmente ao balcão me convidavam a sair e me teciam elogios, situações que eu considerava sempre muito curiosas uma vez que, pelos vistos, tal comportamento era normal (ai o público...!!!)

Hoje ainda fujo na rua do senhor que eu carinhosamente apelido de Capitão Iglo (pelas semelhanças físicas com o sr. que interpreta a personagem no anúncio televisivo) que exercitava as suas técnicas de sedução com TODAS as farmacêuticas e técnicas e que gritava a alto e a bom som (para meu constrangimento e das pessoas que eu estivesse a atender) que eu tinha uma boca linda!

No meio de toda a esta solidão, tenho a dizer que uma vez ou outra terei sido mais simpática com algum utente masculino da minha idade que tenha passado por lá, mas sempre sem passar das marcas (uma pessoa não é de ferro!!).

Foi basicamente isto, sem férias, sem praia, sem verão... Só trabalho. E com um estágio profissional de 12 meses, prevê-se o mesmo. Bem, teremos sempre as sextas-feiras à noite, ou os sábados, ou o que calhar e já sabem: qualquer dúvida, perguntem à vossa farmacêutica aqui deste lado!

Voltei, voltei!!

Olá!

Para os interessados, não, não passei os últimos seis meses a viajar pelo mundo. Infelizmente, porque isso tornaria este post num texto bem mais interessante do que vai ser. Na realidade, passei os últimos 6 meses a estagiar e sou, desde o passado dia 6, finalmente Mestre em Ciências Farmacêuticas.


Quando comecei a escrever este texto, faltavam cerca de 38 horas para a minha defesa da tese, e os meus níveis de stress eram altíssimos. Uma apresentação de 20 minutos (no máx.), mais todo um interrogatório sobre a mesma e sobre o meu estágio em farmácia comunitária. Foi uma hora muito intensa, que começou com um atraso de meia hora. Calcei as sandálias de salto, vestida a rigor para o evento e, juntamente com duas amigas daqui e mais uns quantos de lá, lá fui eu enfrentar a mui temida defesa. Passou a correr, e foram precisos alguns dias para me cair a ficha de que o percurso de 5 anos que, a bem dizer, foram 17, já tinha terminado.


A experiência de atendimento ao público foi, como todos os que contactam diariamente com pessoas, PECULIAR. Encontrei de tudo! Pessoas mal-dispostas, mal-criadas, que, vendo-me com idade para ser sua filha, me davam sermões, etc. Essas pessoas tornavam os meus dias muito maus... e logo eu, que estava ali apenas para os ajudar. O que aliviava todo este meu stress eram as pessoas boas. Aquelas pessoas, na maioria idosos, que, vendo-me como sua neta, compreendiam o meu drama de estagiária, a minha dificuldade em fazer tudo depressa e as minhas dúvidas, e que eram fofinhas o suficiente para me dizerem que não havia problema se o atendimento demorasse mais uns minutinhos. Essas pessoas eram as mesmas que viam além das minhas dúvidas e das inseguranças que eu tentava esconder, e que se mostravam receptivas ao meu aconselhamento e às minhas recomendações. Eles viam-me como sua neta, e eu a eles como meus avós e, à semelhança do que faço com os meus, tentava ajudá-los a melhorar a sua qualidade de vida, assim como me mostrava disponível para esclarecer quaisquer dúvidas.

Alguns queriam apenas ser ouvidos - triste como muita gente vive sozinha e completamente isolada de contacto humano. E dessa forma, uma simples análise ao colesterol ou uma dispensa de um ben-u-ron serviam de pretexto para um desabafo. Sentia que os ajudava mais ao ouvi-los do que propriamente a minorar-lhes os sintomas físicos. Daqueles que mais me lembro, conta-se um senhor que dizia sempre que eu era muito bonita (a mim e a todas ahahhaha mas era querido na mesma!), uma senhora que vinha sempre ter comigo e que trazia sempre imensas dúvidas e um casal que me perguntava sempre se o estágio estava a correr bem, se estava a ser bem tratada, etc. Uns queridos que hei-de trazer sempre comigo e aos quais nunca poderei agradecer suficientemente a preocupação.


Seguiu-se a procura de emprego. Não foi fácil, de todo. Percorri todas as farmácias daqui a pé a entregar CVs. Consegui duas entrevistas para estágios profissionais que correram bem, apesar de não serem exactamente aquilo que eu desejava. Sei que a situação está complicada, mas eu não desisto. Aceitei um dos estágios, aquele que me pareceu melhor, mas continuo à procura, continuo a mandar currículos, porque sei que não posso desistir. Não posso mesmo, porque eu mereço melhor. Porque estudei toda a vida para ter uma vida melhor e sei que nem que tenha de ir para longe de casa o irei conseguir. Porque a garra que sempre me acompanhou não desapareceu, nem de perto nem de longe!


domingo, 16 de fevereiro de 2014

Sou anti-dia dos namorados, tá?

Primeiro que tudo, tenho imensa pena de nunca mais ter escrito nada, mas entre a última época de exames e a escolha dos estágios e da monografia não me sobrou muito tempo nem muita criatividade.

E agora, ao que me trouxe aqui. O terror dos solteiros, a diabetes visual: o Dia dos Namorados. Como "solteira e boa rapariga" que sou, acabei por passar o dia com umas amigas e a visitar o meu local de estágio. Mas depois, quando cheguei a casa, deprimi... .



Portanto, moçoilos deste mundo, fica aí a dica e façam-me fã do Dia dos Namorado: não sou um travesti e faço um bolo de chocolate de comer e chorar por mais - Sou um partidão, vá, mi liga vai!!!!