domingo, 10 de fevereiro de 2013

Haverá forma de fugir ao dia de S. Valentim?

Como jovem solteira e momentaneamente descomprometida, o dia de S. Valentim não tem qualquer significado especial. É apenas mais um dia como qualquer outro e, como tal, não me afecta minimamente.

A celebração encontra-se associada à lenda de S. Valentim. Muito brevemente, S. Valentim era um sacerdote cristão que viveu no tempo do imperador romano Cláudio II. Foi supostamente, preso, torturado e decapitado a 14 de Fevereiro porque, depois de se ter revoltado contra a proibição do casamento dos jovens, decretada pelo imperador que pretendia estender o seu exército, terá casado muitos pares em segredo. De acordo com uma das muitas variações da lenda, Valentim, no dia da sua morte, terá deixado um bilhete à filha de um dos guardas, de quem se tornara próximo, com a mensagem "do teu Valentim".

No outro dia, num qualquer programa de televisão, andavam a perguntar a algumas pessoas na rua se celebravam o dia dos Namorados e o que achavam desse dia, ou seja, se lhe atribuíam algum significado especial ou se era apenas mais uma festividade estrangeira importada para os nossos costumes. As respostas divergiam: os mais velhos diziam que era apenas mais um dia e que nem tinham o costume de o celebrar por causa do consumismo, dos restaurantes cheios e por acreditarem que o amor deve ser celebrado todos os dias; quanto aos mais jovens, esses quase que previsivelmente eram os que davam maior atenção ao dia.

O facto é que, com tanto amor no ar, excepto para os meus lados, o Dia de S. Valentim torna-se, inevitavelmente, num dia pouco ansiado. Mas... haverá forma de fugir ao dia de S. Valentim?

Ontem estive a ver uns episódios de "O Sexo e a Cidade". Ainda vou no início, porque só comecei a ver à poucos dias. Nesse episódio, havia um "baby shower" a que as quatro amigas tinham sido convidadas. Aborrecidas com todo aquele clima de "bebés", ao qual elas eram estranhas, a Samantha decidiu organizar uma festa "not a baby shower" e foi aí que criei uma analogia entre ambas as situações.

No ano passado, o dia 14 de Fevereiro coincidiu com o dia da escolha de horários. Passei o dia todo a cumprimentar toda a gente - spreading the love - e, tenho de admitir, que, vergonhosamente, passei o dia de volta do meu crush da época. Este ano a minha atitude é diferente: não me interessa nem aquele, nem nenhum outro; o meu coração fechou para férias ainda com data final a definir. Não vou também fechar-me em casa com um balde de gelado e um filme lamechas, ou sequer dar uma festa anti-valentim: vou simplesmente encarar a data como qualquer outro dia; não vou nem ignorar as caixas com flores a murchar à venda, ou os peluches com corações a dizer "I love you", nem sequer encarar como superiores a mim os inúmeros parezinhos espalhados pelas ruas e jardins: simplesmente festejar o facto de não estar nem aí com anjos voadores armados com setas. Só não garanto que não denuncie as publicações de um ex-de uma amiga minha que, de vez em quando mete conversa comigo, e partilha patológicamente imagens alusivas ao amor, a relações falhadas e ao quão destroçado ele se sente por estar sozinho (mas isso só porque é extremamente irritante).


Só me resta desejar um dia de S. Valentim a todos e a todas. Saiam e comemorem o amor, seja de que maneira for!

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