O Casamento
Esta foi talvez a primeira grande história que ouvi nas minhas mais que muitas viagens de autocarro.
Começou com uma conversa simples, entre duas pessoas conhecidas no autocarro, que falavam de um casamento que ia acontecer e para o qual tinham sido convidadas. Ao longo das semanas seguintes, mais e mais pessoas pareciam falar desse mesmo casamento, muitas vezes em simultâneo, mas não e conjunto: ora conversavam com a amiga ou o amigo no banco do lado, ora pelo telefone. O curioso mesmo era que estas conversas aconteciam um pouco por todo o autocarro, sem que os intervenientes reparassem nisso. Falavam de tudo e bem alto, pelo que era fácil de ouvir: criticavam o envio tardio dos convites, a dificuldade em encontrar roupa em saldos, o facto de os noivos substituído as prendas de casamento por "donativos" dos convidados para pagarem a lua-de-mel (um cruzeiro na Patagónia), as atitudes de "bridezilla" da noiva, chegando até a discordarem com o casamento.
Para mim, a história do casamento já se tinha tornado uma novela. A viagem de regresso a casa era já um acontecimento que ansiava todos os dias e representava o meu momento "novela mexicana" em que não pensava nas reacções químicas, nos cortes histológicos ou nas titulações. Nas vésperas da união, acabei ainda por ficar a saber a data, a hora e o local onde o casamento e as sessões fotográficas se realizariam (num jardim). Sentia-me praticamente da casa! Estava quase convidada, eu e todas as outras pessoas naquele autocarro, mas não fui ao casório... . Fiquei então sem saber quanto dinheiro tinha sido gasto nos vestidos das convidadas, se o copo d'água tinha tido croquetes do LIDL ou não, se a noiva parecia feita de cobertura de bolo e se começou aos gritos com a menina das flores por esta ter andando a jogar à bola antes da entrada na igreja ou se a lua-de-mel tinha tido lugar na Patagónia ou se os noivos tinham decidido ir antes para o Algarve por falta de donativos e excesso de cinzeiros e jarras de flores oferecidos pelos convidados.
Olhando para trás, talvez devesse ter tirado umas horinhas e vestido a minha melhor roupinha para me infiltrar no casamento: gostava de ter sido umas mosquinha para ver se os convidados que falavam no autocarro sem se conhecerem deram uns pelos outros no casamento. Pelo que falavam, devem, no mínimo, ter dado algumas gargalhadas juntos (sem o conhecimento dos noivos, claro!)!
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domingo, 1 de setembro de 2013
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Memórias de faculdade
Como já devo ter dito por aqui algures, este ano sou finalista do meu curso. Uma vez que estou prestes a começar o meu (por enquanto) último ano como estudante, tenho pensado muito nos últimos quatro anos de faculdade e em tudo o que tem acontecido desde o "fatídico" dia em que comecei nestas andanças.
Decidi então imortalizar as (muitas) horas que passo nos transportes públicos, relatando pequenos episódios, conversas e instantes que aconteceram nas viagens de ida e volta para a faculdade desde 2009. Nos próximos dias, irei então escrever pequenos textos em que irei recordar tudo o que me aconteceu nestes últimos "anos de faculdade", nestes que são os melhores das nossas vidas, nos instantes em que estava nos transportes públicos e aos quais irei chamar "Histórias de uma estudante em viagem".
Beijinho :)
Vânia
Decidi então imortalizar as (muitas) horas que passo nos transportes públicos, relatando pequenos episódios, conversas e instantes que aconteceram nas viagens de ida e volta para a faculdade desde 2009. Nos próximos dias, irei então escrever pequenos textos em que irei recordar tudo o que me aconteceu nestes últimos "anos de faculdade", nestes que são os melhores das nossas vidas, nos instantes em que estava nos transportes públicos e aos quais irei chamar "Histórias de uma estudante em viagem".
Beijinho :)
Vânia
segunda-feira, 3 de junho de 2013
3 de Junho de 2013 (quase dia 4)
Época de exames é altura de stresses, de fotocópias, de sebentas, dos "proibidos" exames dos anos anteriores, de conferências de Skype, de decorar perguntas, de ler, ler, ler, ler, ler até nos doerem os olhos, de estudar das 8h da manhã até depois da meia-noite, de refeições apressadas, de programas televisivos nocturnos, de pilhas de revistas "para ler quando tiver mais tempo" em cima da cómoda, de muitas unhas roídas, de post-its com a data de cada exame espalhados por todo o lado (não vamos lá esquecer-mo-nos do dia!), é ter o computador sempre ligado numa rádio qualquer a ouvir música até bem tarde, de responder aos nossos pais "sim, este é difícil" de cada vez que nos perguntam "então, esse é dos complicados ou nem por isso?" e "nem pensar que vou saber isto tudo" quando nos questionam se seremos capazes de aprender tudo o que estamos a ler, é época de escapadelas furtivas ao Facebook e à pasta de jogos do pc para um intervalinho de 5min (que se prolonga sempre para uma boa meia-hora), é estudar na varanda sempre com um olho nos slides e outro para as pessoas do outro lado da rua, é estudar e desejar estar na praia, ou na baixa, ou na esplanada de um café a beber um Compal de pêssego, é imaginar tudo o que poderíamos estar a fazer e não fazemos porque temos de estudar....
É sobretudo o sentido de esforço em prol de um objectivo superior, atrás da ideia de que um dia tudo isto valerá a pena! E, quando menos damos por isso, olhamos para o relógio e reparamos que já é o quarto ano em que fazemos isto, que o tempo passou a voar, que ainda foi ontem que ouvia o meu pai dizer que eu era "mesmo caloira" (lol) e pensar que, no ano que vem, já queimo as fitas, que o meu grupo de amigos já não é o mesmo e que, se tudo correr bem, esta é a minha oitava e penúltima época de exames... a nostalgia é tramada; vou é voltar para a minha Farmacoterapia e decorar mais uns 150.000 nomes de fármacos...
Até à próxima!
Vânia
É sobretudo o sentido de esforço em prol de um objectivo superior, atrás da ideia de que um dia tudo isto valerá a pena! E, quando menos damos por isso, olhamos para o relógio e reparamos que já é o quarto ano em que fazemos isto, que o tempo passou a voar, que ainda foi ontem que ouvia o meu pai dizer que eu era "mesmo caloira" (lol) e pensar que, no ano que vem, já queimo as fitas, que o meu grupo de amigos já não é o mesmo e que, se tudo correr bem, esta é a minha oitava e penúltima época de exames... a nostalgia é tramada; vou é voltar para a minha Farmacoterapia e decorar mais uns 150.000 nomes de fármacos...
Até à próxima!
Vânia
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Vânia
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segunda-feira, junho 03, 2013
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