terça-feira, 28 de agosto de 2012

Mais um desabafo.

No facebook sou uma pessoa bastante receptiva a conversas, autênticos chavascais, pedidos de "likes" de páginas e passatempos. Quando me pedem para fazer like numa página, isso significa que, o que quer que esta página represente, é importante para a pessoa que a publicita pelos amigos.
Hoje cheguei ao facebook e vi um convite para gostar de uma página (chamemos-lhe X) dele. Ainda fiquei reticente, pensei em ignorar o pedido, esquecer que o tinha visto. Bastava clicar na cruz da notificação e estaria imediatamente bem longe da minha vista; mas não... decidi dar uma oportunidade à página X.

Fiz Like.

Abri o blogue a que pertence. Por efeitos de privacidade, será chamado de Blogue X.
O Blogue X é constituido por uma série de tópicos com pensamentos, reflexões e poemas.
Creio que o escritor é ele, mas não dá para ter a certeza porque não há um nome ou uma cara por detrás das publicações. Sei que é ele porque todas as pessoas que fazem like no facebook o têm como amigo, e porque reconheço a foto da capa. Só isso.

O blogue é recente. Começa em Novembro passado e mostra-o como nunca o vi. Por trás daquela faceta mais animada esconde-se alguém que é infeliz.
Ao ler o blogue, sinto que a solidão, a tristeza e o vazio que ele sente correspondem à solidão, à tristeza e ao vazio que eu sinto também. Sei bem que dizer que pelo menos uma das publicações se refere a mim pode ser erróneo, ou talvez não. No fundo, espero que não porque o que está lá escrito é demasiado forte. Ele fala de alguém que lhe era especial, mas que o magoou, que o desprezou, que o deixou destruído. Serei eu, ainda que parcialmente, a culpada por isto? Não consigo deixar de pensar que sim.
Ainda assim, além de dor, sinto raiva. Raiva porque, se pelo menos um destes textos for sobre mim, as coisas não se passaram assim como ele afirma. Seja quem for a causadora de tanta dor, a imagem que é descrita é a de que ela é uma cruel, sem coração, má. Mas as coisas nunca são assim. Se é verdade que pelo menos um desses textos foi escrito sobre mim, ele esquece-se que quem começou tudo foi ele; ele ditou o fim de uma coisa que nunca começou. Começou a ignorar-me, a escolher não me ouvir, a não me incluir nos planos, ... . Senti-me sozinha, senti-me abandonada, senti-me infeliz. Já não era mais eu. Tentei ignorar que era ignorada, mas não consegui; em pouco tempo, tornei-me numa pessoa diferente: mais amarga, mais tímida, mais infeliz. Por outro lado, estava a começar a inserir-me num outro grupo que me deixava ser eu. Ao começar a vislumbrar traços da minha personalidade que tinham sido reprimidos percebi que não podia parar; ao fim de alguns meses optei por mudar de grupo e senti que estava de volta.

Foi aí que deixou de falar comigo. Cortámos relações sem qualquer palavra ou justificação. Os olhares eram evitados, os "bons dias" eliminados: começámos a agir como estranhos.

Tentei dar-lhe uma oportunidade, afinal clicámos no início e fomos inseparáveis. Não deu. Sentia-me magoada e por isso optei por cortar relações com ele... . Custou-me imenso. Senti que era o fim de uma Era, mas fiz o que tive que fazer. Afinal, para quê prolongar uma coisa que não vai a lado nenhum, só porque é mais fácil? Cortou-se o mal pela raiz, e eu morri um bocadinho. Enquanto isso, vi-me renascer das minhas próprias cinzas; era eu novamente.

Ter-me reencontrado foi a melhor coisa que me aconteceu. De repente estava de volta mas, ao mesmo tempo estava a ser recriminada por isso mesmo. Esqueci o assunto, deixei-me de complicações e abracei um novo grupo de pessoas que adoro. Apesar disso, sinto-me incompleta e culpada por causa dele, mas sei que tenho que seguir em frente. Estar agarrada ao passado não me leva a lado nenhum, e eu nunca fui fã de estagnar.

Espero ter forças para o fazer.

Beijinhos
Vânia


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